sexta-feira, 31 de julho de 2009

Aspectos Psicológicos do Yoga

O texto abaixo é uma transcrição de um material que encontrei na net e que achei muito interessante.


Resistência e bloqueios
Por Joel Kramer - tradução Eloisa Vargas

Transformação, mudança, crescimento, atualização de potencial, - estes são fundamentos muito positivos para a maioria das pessoas que fazem yoga . Mas todos nós, que estamos envolvidos em qualquer tipo de processo de crescimento, enfrentamos algo chamado "resistência". No Yoga, há resistência no tecido muscular, resistência para fazer Yoga e resistência para mudar os hábitos e estilos de vida que impedem o crescimento. Como uma pessoa que está envolvida com a yoga e com atividades de crescimento orientado durante anos, seria aparentemente agradável se eu pudesse lhes dizer que eu venci a resistência. Porém, não posso dizer isto. Sinto que a resistência não pode ser totalmente vencida, embora não ache que este seja uma problema significativo. Você pode aprender a usar isto como um professor, para que a resistência possa ensinar a você onde seus hábitos e anexos se apóiam. Também pode ensinar onde você se bloqueia e onde você se auto protege. Para entrar neste assunto, eu gostaria de discutir mais sobre os aspectos psicológicos do yoga.

Que a mente e o corpo se afetam um ao outro é óbvio. Tensões psicológicas vivem na musculatura : quando você está " endurecido ", você literalmente está apertando os músculos e está bloqueando energia. Por anos de tensões acumuladas, o corpo se torna um repositório para o inconsciente, e assim, " aprende " a fechar diferentes áreas físicas que possam provocar estados emocionais indesejados. Por exemplo, um tórax comprimido torna literalmente mais difícil experimentar emoções profundas. A força das emoções que podem vir do "abrir seu tórax" podem tornar isto incômodo, e assim, você pode resistir a abrir aquela área. Você sente uma enorme pressão sobre o peito e não consegue respirar direito. É o que você "paga" para evitar emoções.

Muitos dos limites para a nossa prática do Yoga não estão no nosso corpo, mas muito mais nas atitudes mentais e nos nossos hábitos. A resistência para fazer certas posturas está na mente como também no corpo. A resistência mental pode mascarar-se de inúmeras maneiras: - esquecimento, desculpas, preguiça , doença, lesões. Se você pode minimizar a resistência mental que é a chave , poderá ir trabalhando eventualmente a resistência física.
Quanto mais fundo você for penetrando na sua prática de Hatha Yoga, mais necessário será conseguir saber a natureza da sua mente.

A maioria de nós identifica-se totalmente com a mente e chamamos a isto, "nós mesmos", o "eu". Não percebemos que a mente é apenas um dos sistemas que compõem um ser humano. A importância da mente é enorme e o seu poder é tão grande que freqüentemente ignoramos , subvertemos ou anulamos os outros sistemas que têm a sua própria inteligência.

Por exemplo: Nosso corpo pode nos indicar que não temos fome, mas mesmo assim, comemos. Quando estamos cansados, não paramos e continuamos a forçar. Nos habituamos a desconsider tais sinais de uma inteligência que age espontaneamente dentro de nós indicando e sinalizando todas as coisas que nos levariam a equilibrar naturalmente nossas vidas.

Embora yoga possa nos tornar mais afinados ou sensíveis para a sabedoria interna, é a mente que terá que interpretar isto e como a mente interpreta, está diretamente relacionado á natureza da sua experiência (ou condicionamento). Normalmente não pensamos em nossa mente como algo estruturado e condicionado porque nossa mente é como uma lente através da qual vemos a nós mesmos e ao mundo. Para nós ela é um presente que raramente questionamos. Os princípios com os quais a mente trabalha serão os mesmos princípios com os quais o corpo trabalha. Compreendendo os princípios que movem a mente, fará com que ela se abra juntamente com o corpo trazendo com isto possibilidades inimagináveis e uma nova porta para a transformação.

Olhando para a nossa resistência, a natureza da mente pode ser revelada. Na maioria das vezes, estamos justamente querendo aquilo ao que estamos resistindo.

Seja sincero, e faça a você a seguinte pergunta: Acima de todos os motivos, por que eu faço Yoga? Quanto da minha yoga é motivada pelo medo? - Medo do envelhecimento, medo de morrer, medo de perder energia ? Quanto da minha yoga é dirigida pela ambição ? - para a realização, para estados mais altos de consciência, para juventude e saúde , para maiores níveis vibratórios?

Claro que todos nós temos medos e ambições que trazemos para o yoga. O problema não é tê-los, e sim descobrir o quanto isto está interferindo na nossa prática porque freqüentemente isto está agindo de forma inconsciente. Quando estes fatores agem, a mente é orientada para o passado ou para o futuro, e perde o contato com o processo vivo da yoga que é : sentir os músculos trabalhando, sentir a energia sendo gerada, sentir as mudanças sutis que requerem grande atenção.

Se você se dá conta de como os motivos gerados por medo e ambição ou outras razões para fazer yoga podem limitar a sua prática, isto necessariamente não os elimina. Porém, esta consciência pode lhe ajudar a mantê-los distantes durante a sua prática, de forma que você pode ser menos mecânico , mais presente e mais atento.


Texto: Resistência e bloqueios - Por Joel Kramer - tradução Eloisa Vargas

Fonte: http://www.yogabrasil.com.br/artigos/

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do texto!

Vick disse...

Olá!
Pena que não sei onde achei este texto, Queria divulgar o link...

Bjs,
Vick

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